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Nesta escapadinha pode dormir num moinho de vento a menos de meia hora de casa

Na encosta de Porto Brandão, é possível passar tempo de qualidade num espaço que se destaca pela tranquilidade e por uma casa na árvore.

O Moinho de Vento da Caparica entra no lote dos alojamentos mais memoráveis de norte a sul do País. Com uma classificação de 4,96 estrelas em cinco no Airbnb, mais do que uma estadia, é uma imersão num marco histórico preservado, onde cada detalhe conta uma história que começa em 1850.

Para os barreirenses, é um refúgio a apenas 30 minutos de carro, perfeito para uma escapadinha de fim de semana. E para quem atravessa o rio diariamente para Lisboa, a proximidade do ferry torna o moinho um destino ideal para um final de tarde ou uma pausa prolongada. “É possível sair do escritório e, em pouco mais de 10 minutos de barco, estar a contemplar o pôr do sol sobre o Tejo. É uma experiência que permite desligar do ritmo frenético da cidade”, explica Cláudia, responsável pela gestão do moinho.

Um moinho que voltou a respirar

Ao chegar à propriedade, situada na encosta de Porto Brandão, os hóspedes são transportados para outra era. A arquitetura rural do século XIX mantém a sua autenticidade, das vigas de madeira originais às escadas estreitas e gastas, que conduzem aos diferentes níveis do moinho.

“O primeiro desafio foi respeitar o que já existia. Queríamos que o espaço mantivesse a alma do antigo moinho, mas sem abdicar do conforto. Cada intervenção foi feita com cuidado, como se estivéssemos a restaurar uma memória”, detalha Cláudia. “Demorámos meses a recuperar as madeiras, a escada e a estrutura. Mas queríamos que cada detalhe fosse fiel ao original.”

O resultado é um equilíbrio entre autenticidade e conforto. “O segredo é deixar o moinho respirar. Não quisemos encher o espaço, cada peça que ali está tem um propósito. Mantemos o máximo dos elementos originais, mas com conforto moderno. É o passado e o presente a coexistirem.”

Parte de uma propriedade familiar, o moinho é também um projeto de laços. “Casámos em 2014 e a reabilitação acabou por ser um pretexto para celebrar. Foi algo muito pessoal, ligado à família e, ao mesmo tempo. um investimento num espaço histórico.”

Refúgio com vista Tejo

Se o moinho é o centro da experiência, a varanda funciona como o coração do lugar. Dali, a vista abarca Lisboa, o Tejo e as colinas verdes da Trafaria. “As fotografias não fazem justiça. A primeira vez que vimos o pôr do sol da varanda, ficámos em silêncio”, descreve um casal de hóspedes na plataforma mais popular de alojamento de curta duração.

As tarifas são claras: 247€ pelo mínimo de duas noites, com acesso a toda a propriedade, incluindo piscina, jardim e os recantos do moinho. “Queremos que as pessoas sintam que têm liberdade. Não é um hotel, é um espaço com história. O moinho já existia muito antes de nós e, de certa forma, continuará depois”, explica a anfitriã.

O jardim, cuidadosamente mantido, é outro dos pontos altos. “Chamamos-lhe o nosso pequeno oásis. E a casa na árvore, que começou como um espaço para os miúdos, tornou-se um refúgio dentro do refúgio. Ao início era só para os mais novos, mas agora todos querem subir lá ao fim da tarde. A vista é incrível e, o que começou por ser a realização de um sonho que o meu pai pôs em prática, hoje faz parte do nosso retiro e é um espaço para todos”, conta Cláudia, engenheira química que trocou a indústria farmacêutica pela gestão em tempo integral do moinho.

“As pessoas podem deambular, apanhar fruta, observar os pássaros. Não é um sítio onde estão limitadas a um pequeno-almoço ou a uma pulseirinha. É uma experiência completa.” Dentro do moinho, o design inteligente maximiza cada centímetro. “A cama de casal ocupa o piso superior, junto às velas de madeira que recordam o passado agrícola. A sala, com sofá-cama e janelas pequenas, cria um ambiente acolhedor. É curioso ver como as pessoas se adaptam ao espaço. Ouvimos muitas vezes: ‘Nunca dormi num sítio assim’. É esse espanto que procuramos manter.”

Tudo ao alcance 

O Moinho de Vento da Caparica foi pensado para que cada hóspede se sinta livre e imerso na experiência, sem restrições que limitem a exploração do espaço. A propriedade dispõe de diferentes níveis, incluindo o piso superior com a cama de casal, a sala com sofá-cama, a varanda com vista panorâmica, a casa na árvore e o jardim, onde cada canto convida à contemplação da natureza. A piscina exterior, aberta nos meses de verão, oferece uma pausa, e o espaço permite deambular entre árvores de fruto e cantos tranquilos, sempre respeitando o ambiente histórico.

As regras do alojamento são simples, mas essenciais para preservar a integridade do moinho. “A subida íngreme até ao moinho faz parte da experiência e exige cuidado, mas cada visitante consegue percorrer o espaço com segurança. Pedimos apenas que respeitem os elementos originais e o mobiliário histórico”, explica Cláudia. Os hóspedes são incentivados a usufruir de cada recanto sem restrições: apanhar fruta, ouvir os pássaros ou simplesmente sentar-se e observar a paisagem.

O contacto com a anfitriã garante apoio sem invasão de privacidade. Questões sobre a propriedade, recomendações de passeios, restaurantes ou praias são respondidas de forma rápida e atenciosa. O equilíbrio entre autonomia e acompanhamento, reforçado pelas regras simples do espaço, cria um ambiente seguro e confortável. Cada visitante tem a oportunidade de viver o moinho no seu ritmo, sentindo a história do local e a liberdade de escolha em cada atividade.

Este bloco final assegura que quem chega entende que o alojamento oferece uma experiência completa e cuidada, integrando conforto, história e natureza. O Moinho de Vento da Caparica mantém-se não apenas como um lugar para dormir, mas como um espaço para explorar, relaxar e criar memórias únicas.

Histórias que o vento guarda

Cláudia é superhost no Airbnb, distinção atribuída a anfitriões com avaliações de excelência. “Recebemos hóspedes de todo o mundo, mas também muitos vizinhos da margem sul, que querem apenas mudar de cenário por uma noite”, explica. Sobre o selo de qualidade, destaca a disponibilidade constante. “As pessoas querem respostas imediatas, querem ser ouvidas. Indicamos sempre restaurantes locais, passeios e praias menos movimentadas, e respondemos a todas as dúvidas rapidamente. É isso que faz a diferença e nos trouxe o título de superhost.”

A localização também faz parte da experiência. “Estamos a cinco minutos a pé do cais de ferry de Porto Brandão, e Lisboa está a apenas 10 minutos de barco. As praias da Costa da Caparica ficam a menos de 10 minutos de carro. É o melhor de dois mundos. Acordamos com o som do vento e, se quiser, está a almoçar em Lisboa meia hora depois.”

Cláudia recorda momentos marcantes vividos pelos hóspedes: uma proposta de casamento ao pôr do sol, aniversários celebrados na varanda, famílias que regressam ano após ano.

As praias “quase secretas” da Costa da Caparica, a Arriba Fóssil e a Mata dos Medos são, segundo a anfitriã, segredos guardados por muitos locais. A ligação com a natureza é inseparável da experiência do moinho. “Este foi feito para apanhar o vento, que não habita planícies. Subir a colina, ouvir o silêncio e sentir as árvores faz parte da experiência. Aqui, o tempo parece desacelerar.”

 

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