O sol vai começar a pôr-se mais tarde e os dias ficarão mais longos. A hora vai mudar esta semana e a única parte menos boa é que, para as noites ficarem mais curtas, vamos perder 60 minutos de sono.
A mudança para o horário de verão acontece já na madrugada deste sábado, 29 de março, para domingo, dia 30. Assim que o relógio marcar uma da manhã em Portugal continental e na Madeira, os ponteiros adiantam-se e passam a marcar duas da manhã.
Na Região Autónoma dos Açores verifica-se o mesmo atraso, mas a mudança acontece logo à meia-noite, uma hora antes do resto do País. A nova hora permanecerá em vigor até ao dia 26 de outubro de 2025, data em que regressa o horário de inverno. Nessa altura, os relógios voltarão a ser atrasados uma hora.
Esta rotina, que tem feito parte de vários países um pouco por todo o mundo, começou há mais de 100 anos. Segundo um estudo conduzido pela Assembleia da União Europeia em outubro de 2017, a ideia inicial partiu de um construtor britânico chamado William Willett, que, em 1907, escreveu um panfleto chamado “O Desperdício da Luz do Dia”.
A prática foi adotada pela Alemanha em 1916, e outros países europeus, bem como os Estados Unidos, seguiram o exemplo para poupar energia, tendo em conta a crise energética que atravessavam durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Em Portugal, a mudança da hora foi adotada pela primeira vez a 30 de abril de 1916, em plena Primeira Guerra Mundial, com objetivo de minimizar o uso de iluminação artificial, e assim contribuir para economizar combustível para o esforço de guerra.
Atualmente, existem três fusos horários na União Europeia: Hora da Europa Ocidental, que inclui o Reino Unido, Portugal e Irlanda; Hora da Europa Central, que inclui Espanha, Alemanha e Itália; e Hora da Europa Oriental, que inclui Grécia, Finlândia e Roménia.
No meio disto, há um eterno debate sobre se Espanha está no fuso horário devido. Durante a Segunda Guerra Mundial, os espanhóis e outros países europeus, com exceção de Portugal e Suíça, avançaram os relógios. Mas Espanha nunca voltou ao tempo da Europa Ocidental. Assim, embora geograficamente devesse estar no mesmo fuso horário do Reino Unido e Portugal, os seus relógios batem as mesmas horas que os países de leste.
A alteração da prática da mudança, coordenada pela União Europeia desde 1996, começou a ser discutida no Parlamento Europeu no início de fevereiro de 2018. Meses depois, em agosto, surgiram os resultados oficiais de um inquérito da Comissão Europeia, onde se votava a favor do fim da mudança.
Países como a Rússia, a Turquia e a Islândia já aboliram a prática. Nos Estados Unidos, a discussão sobre este tema já se arrasta há vários anos. Donald Trump manifestou-se recentemente sobre a alteração horária, que considera “inconveniente e dispendiosa”.
Os argumentos a favor e contra a mudança da hora são variados, mas muitos estudos analisam a poupança de energia com este regime. Outros dizem mesmo que a alteração pode ter efeitos na saúde ou no sistema imunológico. Argumentos mais recentes, sobretudo a favor do horário de verão permanente, são a de que mais luz ao fim do dia, durante todo o ano, se a hora de inverno não chegar, incentiva o ato de estar ao ar livre e até impulsiona o comércio.