Filipe Marques tem 45 anos, é natural de Cascais e um dos fundadores do W Padel, um clube dedicado à prática deste desporto, que chegou ao Barreiro em julho de 2023. A marca nasceu em Monsanto, Lisboa, onde o conceito foi sendo aperfeiçoado, até surgir a oportunidade de expandir para o outro lado do rio. Foi assim, quase por acaso, que nasceu o clube no Barreiro.
“Foi através de um contacto de uma pessoa próxima, que sabia que existia essa oportunidade. Ela foi-nos pedindo algumas opiniões sobre o funcionamento do mundo do padel e, no meio desta conversa, surgiu a hipótese de sermos investidores e operadores e de expandirmos a marca ‘W’ para o Barreiro”, explica. Na altura, Filipe e o sócio, Rui Mena, já tinham o clube de Monsanto. “Abrimos no final de 2019, com dez campos. Cerca de seis anos depois, já contamos com 750 alunos”.
Além de sócios, os dois amigos são ex-jogadores de ténis e de padel, tendo competido a um nível relativamente elevado — chegando ao top-15 e top-30 nacional —, e foi precisamente a paixão pelo desporto que esteve na origem de todo o projeto, que começou a ser pensado em 2016. Filipe conta que o objetivo era promover uma aproximação à comunidade e profissionalizar uma prática que, na altura, ainda era muito recente em Portugal.
“A passagem para o mundo do desporto teve a ver com o gosto de estar mais perto das pessoas, com a preocupação com o seu bem-estar e com a paixão que tenho pelo desporto em si. Além disso, em 2019, o padel em Portugal ainda era muito amador. Acho que nos faltava uma vertente mais profissional”. Essa aposta na profissionalização foi evidente logo em Monsanto, onde criaram um clube com critérios exigentes de qualidade, tanto a nível técnico como estético.
“O W de Monsanto foi um dos primeiros espaços com uma estrutura mais profissional. Apostámos bastante na qualidade dos treinadores, todos certificados pela Federação Portuguesa de Padel e na qualidade dos campos, que eram de última geração. Hoje em dia, estes processos já são corriqueiros e normais em todos os clubes que vão abrindo, mas à data não. Por esse motivo, sentimos que, de facto, marcámos um pouco essa alteração de paradigma para os clubes se tornarem mais profissionais”.
No Parque da Cidade, no Barreiro, acabaram por encontrar um spot que combinava na perfeição com o conceito da marca “W”: natureza, espaços sociais integrados e uma aposta no padel como prática social, mais do que competitiva. “O clube de ténis que cá funcionava, anteriormente, estava abandonado, mas já tinha campos de ténis velhos. Ainda assim, enquadrava-se perfeitamente naquilo que sempre defendemos para a marca, que é, essencialmente, o contacto com a natureza”, diz, acrescentando: “A sensação que temos depois de um jogo ao ar livre é muito melhor quando temos mais contacto com a natureza e a verdade é que valorizamos a vertente social acima da competitiva”. Após uma recuperação do espaço, nasceu o W Padel & Ténis Clube, no dia 7 de julho de 2023.
Rapidamente, Filipe e Rui perceberam que estavam perante um “mercado ainda por construir”. Apesar de muitas pessoas do Barreiro já terem curiosidade pela modalidade, faltava um ponto de partida.
“Temos muitos praticantes que começaram a jogar padel no nosso clube e outras pessoas do Barreiro que já jogavam em clubes na periferia, como é o caso do Montijo, mas não dentro da própria cidade e, por aí, sentimos a necessidade de criar esse tal mercado. Por outro lado, também nos deparámos com a falta de mão de obra especializada. Não existiam treinadores de padel no Barreiro. Por esse motivo, começámos a formar treinadores e monitores”.
Atualmente, o W Padel & Ténis Parque conta com seis campos cobertos de padel, dois campos de ténis descobertos e balneários, num espaço com cerca de 3000 metros quadrados e uma oferta de serviços variada. Para além do aluguer de campos, com raquetes e bolas incluídas, há aulas individuais ou em grupo, para adultos e miúdos (dos três aos 18 anos), uma loja com vários artigos de desporto, desde raquetes a grips e bolas, um bar e até um serviço de eventos corporativos, com opção de catering.
Os preços variam consoante o serviço e o horário. Assim, no W Padel & Ténis Parque, os valores dos campos, por hora, vão desde os 5€, em “horário não nobre”, aos 7€, após as 17 horas. Já no que diz respeito às mensalidades e às aulas de grupo, os preços começam nos 42€, que incluem quatro ou cinco aulas por mês, com horários e treinadores fixos, o mesmo valor definido, por aula, caso se trate de uma sessão individual. Estes valores incluem o material necessário.
Além das aulas e alugueres, o Clube acolhe torneios, alguns sociais e outros oficiais, da própria federação. Recentemente, lançaram uma novidade, em parceria com o Noori Sushi. “Um dos campos está equipado com câmara, permitindo transmissões em direto, para que a família, os amigos ou quem assim quiser possa assistir, no YouTube, gravações de jogos, com direito a highlights e melhores pontos do jogo e, futuramente, até estatísticas”.
Passada a fase da adaptação, ainda há margem de evolução. “Começámos com 30 alunos e, atualmente, estamos a chegar aos 300. O Clube está e continua em crescimento e a expectativa é de que continue assim nos próximos dois anos, tal como o desporto em si”. Filipe acredita neste crescimento sustentado da modalidade, não só no Barreiro como em todo o País. O fenómeno está ainda muito longe da realidade de países como Espanha.
Por enquanto, o W Padel & Ténis Clube vai funcionando, também, como um spot para estar com os amigos, em contacto com a natureza. “Os fins de semana têm sido muito fortes, tanto que até nos surpreenderam. As pessoas gostam de passar um bom bocado e para muitos fãs de padel, a forma de estar, socialmente, com os amigos, passa por um jogo, um conceito que acaba por ser diferente”, conclui.
Carregue na galeria e veja algumas imagens do W Padel & Ténis Parque.
