As saídas à noite e as viagens com amigas ou até mesmo sozinhas, podem passar a ser mais seguras, principalmente para as mulheres que hesitam em aceitar bebidas em restaurantes, bares, discotecas ou festivais que não tenham visto a serem preparadas ou servidas. O medo de serem drogadas é constante, mas, em breve, poderá haver uma forma de saber se alguém está a tentar fazê-lo.
Está a ser desenvolvida uma palhinha “inteligente”, por investigadores da University of British Columbia, em Vancouver, no Canadá. Chama-se “Spikeless” e deverá ser capaz de detectar a presença de drogas nas bebidas de forma rápida e eficaz, segundo foi partilhado pela Universidade na passada quinta-feira, 27 de março.
O objetivo é proteger possíveis vítimas da prática de “spiking”, que acontece quando substâncias são postas na bebida de alguém de modo a deixá-la vulnerável a ataques sexuais.
A “Spikeless” é descartável e de uso único. Tem uma ponta de bioplástico revestida com produtos químicos que mudam de cor quando entra em contacto com as substâncias de risco.
Em 30 segundos, a criação alerta para a presença dos compostos cetamina e GHB, habitualmente usadas para este propósito. A pesquisa esclarece que, de outra forma, é “quase impossível” perceber que estão presentes, já que não têm sabor ou odor.
“Onde quer que existam bares — clubes, festas, festivais — existe um risco”, adiantou Samin Yousfi, coautora da pesquisa. “As pessoas já tentaram copos, bases, palhinhas, até verniz das unhas para detectar estas drogas. O novo dispositivo é mais discreto do que as alternativas que existem, e não contamina a bebida“, adiantou.
A Universidade pretende que seja distribuída em larga escala, em locais públicos, como bares, pubs, restaurantes e festivais, responsabilizando os estabelecimentos e organizações para que as pessoas sejam protegidas.
“A prevenção tem sido focada em indivíduos, mas a pesquisa e as práticas de saúde pública mostram-nos que estas estratégias não funcionam”, afirmou Sasha Santos, especialista em saúde pública, educação e prevenção de violações. A ideia para criar este objeto surgiu em 2011 e, nos últimos três anos, começou a ser desenvolvido o protótipo.