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Gripe B: a virose persistente que está a atacar em força os portugueses

Entre 16 e 22 de dezembro foram identificados 377 novos casos de gripe: 333 do tipo B, 44 do tipo A e 13 do subtipo A(H1N1)pdm09.
Houve centenas de infeções numa semana.

Embora seja menos falada do que a gripe A, a gripe B começa a preocupar os especialistas em Portugal devido aos altos índices de transmissibilidade. Segundo o mais recente relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, entre 16 e 22 de dezembro, foram identificados 377 novos casos: 333 do tipo B, 44 do tipo A e 13 do subtipo A(H1N1)pdm09. Além disso, Portugal integra o ranking dos oito países europeus com os valores mais altos de infeções respiratórias graves. 

Os sintomas da gripe B são semelhantes aos de qualquer outra gripe. Incluem febre, dores musculares e fadiga intensa, tosse seca e dor de garganta, dores de cabeça fortes, calafrios e suores, congestão nasal e espirros e, em alguns casos, vómitos e diarreia, especialmente em miúdos.

“Quem tem doença crónica, seja ela respiratória, cardíaca ou outra, deve estar sempre mais atento ao arrastar de sintomas, como febre acima dos 39 graus Celsius, tosse que não passa e é forte. São sinais de alguma preocupação se se prolongarem durante mais de cinco, sete dias”, disse Tato Borges, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, à CNN Portugal. A maioria das pessoas, porém, recupera em cerca de uma semana.

A infeção de gripe B ocorre da mesma forma que a gripe A, ou seja, através de gotículas respiratórias que são transmitidas quando uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala. Há, porém, uma grande diferença entre ambas: a gripe B é transmitida exclusivamente entre os humanos, enquanto a outra pode ser passada aos animais.

Os números de mortes atribuídas à gripe B variam a cada ano e são difíceis de estimar com precisão, porque muitas vezes os casos graves são registados simplesmente como “gripe” sem distinção entre os tipos. No entanto, estima-se que a gripe sazonal, no seu conjunto, cause entre 290 mil e 650 mil mortes anuais em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A gripe B representa uma parte considerável desses casos, especialmente no inverno, altura em que é mais predominante.

Apesar de ser geralmente menos agressiva do que a gripe A, pode ser fatal em pessoas vulneráveis, como miúdos, idosos, pessoas com doenças crónicas, mulheres grávidas e pessoas com patologias como cancro ou VIH/SIDA.

No entanto, “a nível funcional, o tipo B causa uma doença que é mais leve e é um vírus mais estável”, adianta, desta vez,  Miguel Castanho, investigador no Instituto de Medicina Molecular. O potencial para criar pandemias também é menor, tal como a hipótese de “surpreender com uma transformação do vírus que venha depois afetar o sistema imunitário”.

Além da vacinação, existem outras formas de prevenir a gripe B, como a lavagem frequente das mãos e evitar tocar no rosto. Arejar espaços fechados, manter distância de pessoas doentes e a hidratação são outros conselhos dos especialistas em saúde pública.

A 30 de dezembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) também voltou a recomendar o uso de máscara a pessoas que apresentem sintomas como tosse, febre, dor de cabeça, dificuldade respiratória, tal como a NiT lhe contou neste artigo.

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