cultura

“Uma das melhores séries da década” chegou à Netflix e já é das mais vistas em Portugal

A obra está a ser comparada a "The Last of Us" e baseia-se numa famosa saga de banda-desenhada. Ricardo Marín é o protagonista.
Já está no top.

“É uma das melhores séries desta década.” Foi assim, de forma direta e concisa, que a Netflix descreveu “O Eternauta”, que chegou à plataforma de streaming a 30 de abril. Desde então, a produção argentina tem subido no top — atualmente é a terceira mais vista em Portugal e a nível global.

A narrativa baseia-se numa saga de banda-desenhada criada por Héctor Germán Oesterheld e lançada entre 1957 e 1959, mas que marcou várias gerações no país. Os livros também foram vendidos nos anos 80 como suplemento da revista “Fierro”, e foi assim que César Troncoso, uma das estrelas da série, conheceu a história. “Ainda tenho a coleção inteira em casa”, conta ao site “Omelete”.

A história desenrola-se em Buenos Aires, onde uma estranha neve tóxica começa a cair, matando qualquer um que entre em contacto com ela. Juan Salvo, interpretado por Ricardo Darín, é um homem comum que, enquanto tenta sobreviver, lidera um grupo numa luta desesperada contra uma invasão alienígena.

Além de Darín, que participou em quatro filmes nomeados ao Óscar, o elenco conta com nomes de peso como Carla Peterson, Andrea Pietra, Ariel Staltari, Marcelo Subiotto, Claudio Martínez Bel, Orianna Cárdenas e Mora Fisz. As gravações decorreram entre maio e dezembro de 2023 em mais de 35 localizações da capital da Argentina. A série também conta com 25 cenários construídos em estúdio. “A equipa conseguiu recriar de forma impressionante os ambientes pós-apocalípticos das bandas-desenhadas”, conta o ator de “Nove Rainhas” à “CNN”.

Para se manterem fiel ao material original, a produção trabalhou com Martin M. Oesterheld — neto do criador da obra original — que teve o papel de consultor criativo. “A obra do meu avô acompanhou-me a vida inteira e sempre me senti profundamente acolhido e comprometido com esta conexão que a história tem com as pessoas. Hoje, ela cresce de uma forma que me enche de orgulho. Não tenho palavras para expressar a minha gratidão por poder participar neste projeto”, conta ao “Pagina 12”.

No entanto, a resposta positiva ao convite da Netflix não foi imediata. Antes de aceitar, Martin queria certificar-se de que a produção respondia a algumas das suas condições. “Queria que a série fosse gravada e produzida na Argentina, e falada em espanhol. Isso podia limitar alguns interesses, mas para mim era uma obrigação. O Bruno Stagnaro [o realizador] garantiu que isto acontecesse.”

Mesmo antes de a série estrear, a equipa já estava confiante de que “O Eternauta” seria um sucesso global — e não estavam enganados. Afinal, esta é uma história que aborda tópicos “que vão além das fronteiras de qualquer país”, descreve Ricardo Marín à “CNN”. “Embora se baseie nos livros originais, é uma versão atualizada e criada a pensar nos tempos que vivemos atualmente.” “Nós queríamos ter a certeza que honrávamos este trabalho que é tão importante para a história da Argentina”, acrescenta Ricardo.

“Há uma mensagem e sei que ela será transmitida de diferentes maneiras. É o tipo de conteúdo ideal para que isso aconteça e para que todos possam ver o que quiserem. O espectador precisa de ter a liberdade de dar o peso que quiser a cada conteúdo”, conclui.

Além de estar a ser um sucesso de audiências, a série da Netflix está a receber inúmeros elogios. Os críticos atribuíram-lhe uma pontuação média de 92 por cento e o público deu-lhe 95 por cento. Muitos comparam-na a “The Last of Us”, enquanto outros destacam as relações complexas entre as personagens e os momentos de suspense. “A Netflix conseguiu dar uma nova vida a um clássico da ficção-científica”, escreveu o “The New York Times”.

Carregue na galeria e conheça algumas das séries e temporadas que estreiam em maio nas plataformas de streaming e canais de televisão.

MAIS HISTÓRIAS DO BARREIRO

AGENDA