Em 1961, Portugal vivia um dos conflitos mais marcantes da sua história: a Guerra Colonial, também conhecida como Guerra do Ultramar. Do outro lado estavam as colónias portuguesas em África, que iniciaram lutas armadas em busca da libertação, que se arrastaram durante 13 anos, originando inúmeras vítimas.
Aquilo que aconteceu durante mais do que uma década está documentado de diversas formas. No entanto, poderá ver um pouco do que se passava na época através do filme que chegará ao Cine Clube do Barreiro no próximo dia 16 de fevereiro, domingo, às 16 horas.
Trata-se de “Nome“, uma produção realizada por Sana Na N’Hada, o veterano realizador guineense que revisita a memória da Guerra Colonial e da sua juventude, marcada pela luta contra o exército português.
Com estreia mundial no Festival de Cannes, “Nome” apresenta, como pode ler-se na sinopse, “uma abordagem poética e ficcional, acompanhada por imagens de arquivo da época, originalmente documentadas por Na N’Hada e os seus camaradas” e convida a uma reflexão profunda sobre o passado e o presente da Guiné-Bissau, deixando uma questão no ar: “Será que é esta a Guiné-Bissau pela qual lutámos?”.
A narrativa transporta-nos para 1969, em plena Guerra Colonial portuguesa na Guiné-Bissau mas, antes de mergulharmos no conflito, vamos acompanhando o dia a dia do protagonista, Nome, a sua relação com a mãe e o romance com Nambu.
No entanto, “Nome não permanecerá muito tempo na aldeia, optando por se juntar às guerrilhas do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), entregando-se de corpo e alma à luta armada contra o exército português”. No fim, o protagonista transforma-se num herói atormentado por tudo o que aconteceu”.
Caso esteja interessado em assistir ao filme com duração de 118 minutos, sem intervalo, deverá comprar os bilhetes online. Os preços variam entre os 2,50€, para a zona simples e os 3,50€ para a zona conforto. Os estudantes terão direito a descontos.
A película integrou várias competições internacionais, destacando-se no IndieLisboa 2024, na secção Rizoma, e na ACID – Association du Cinéma Indépendant pour la Diffusion, em Cannes, em 2023. Foi distinguido com o Grande Prémio da Competição Internacional e uma menção especial para a atriz Binete Undonque no Festival International du Film Indépendant de Bordeaux 2023.
No IFFR — International Film Festival Rotterdam 2024, integrou a secção Harbour, e no Du Grain à Démoudre 2023 recebeu o Prémio de Melhor longa-metragem. No Luanda PAFF — Festival Internacional de Cinema Panafricano de Luanda 2023, arrecadou três prémios: Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Atriz, para Binete Undonque.
