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Joana Marques vai transformar julgamento com os Anjos num espetáculo ao vivo

A produção já tem datas marcadas para Lisboa e Porto. A humorista confessou que "tomou notas" durante o julgamento.

Horas depois de ter sido absolvida no julgamento que a opunha aos Anjos, Joana Marques revelou aquilo que muitos já esperavam: vem aí um novo espetáculo ao vivo inspirado no caso. “Em Sede Própria” chega a Lisboa e ao Porto, no próximo ano. 

Durante as quatro sessões do julgamento mediático, que decorreram no Palácio da Justiça, em Lisboa, entre 17 e 30 de junho, a humorista foi vista a tomar notas. Desde então, que o público especulava que Joana Marques iria utilizá-las para algo relacionado com humor. Agora está confirmado. 

“Já pus bastantes coisas no papel. Acho que qualquer humorista na minha situação faria o mesmo”, confessou numa entrevista ao “Fama Show” esta sexta-feira, 3 de outubro. “Estão aqui a fornecer-nos material humorístico de alta qualidade, seria quase ofensivo para as pessoas que gostam de se rir não utilizarmos aquilo.”

Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC esta sexta-feira, 3 de outubro, a comediante revela: “É a mesma historia narrada de um outro lado, da minha perspectiva”.

O espetáculo chega à Super Bock Arena, no Porto, a 8 e 9 de maio de 2026, enquanto em Lisboa, decorre no Coliseu dos Recreios, nos dias 22 e 23 do mesmo mês. “Começa no Porto e em Lisboa mas a ideia é levá-lo depois ao resto do País”, refere. Os bilhetes serão postos à venda “no início da semana”, revelou numa publicação no Instagram

Em entrevista à SIC, a humorista confessou ainda que o seu “tipo de humor” não irá se alterar e que não temo um novo processo depois deste espetáculo. “Agora, forneceram-me mais temas ainda. Houve coisas que aconteceram que acho que são irresistíveis para as pessoas que têm este hábito de olhar para a realidade, analisá-la e ver quais coisas é que são engraçadas.”

Marques acrescentou que não foi a única pessoa que considerou o julgamento “engraçado.” “O meu humor continua o mesmo, se calhar, agora tenho mais material para trabalhar.”

O julgamento que opunha Joana Marques aos Anjos chegou ao fim esta sexta-feira, 3 de outubro. A humorista foi absolvida. Estava a ser processada por difamação, onde os Anjos pediam mais de milhão de euros, justificando terem perdido contratos de concertos e patrocínios depois de a humorista ter partilhado um vídeo de ambos a cantar o hino nacional num evento do MotoGP em 2022.

No vídeo foi acrescentada, através de montagem, uma reação negativa do painel que compunha o júri do programa “Ídolos”, do qual a humorista fazia parte. Agora, Joana Marques não terá que pagar nada. Por outro lado: a dupla é que vai ter de pagar ao Juízo Central Cível de Lisboa.

 
 
 
 
 
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Como começou o caso

O caso remonta a 2022. Na altura, Joana Marques partilhou um vídeo, no seu Instagram, dos Anjos a cantarem o hino nacional, “A Portuguesa”, a que foi acrescentada, através de montagem, uma reação negativa do painel que compunha o júri do programa “Ídolos”, do qual a humorista fazia parte.

No final do vídeo é possível ouvir Tatanka (vocalista dos Black Mamba, outro dos jurados) afirmar: “Assassinar uma música destas, tive de mandar parar”. A legenda do post inclui apenas uma questão retórica: “Será que foi para isto que se fez o 25 de abril?”.

Quando os cantores interpretaram o hino nacional — antes de uma prova do Moto GP, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, no dia 25 de abril — foram alvo de críticas e de acusações de terem “arruinado” a canção. Em resposta aos insultos, afirmaram ter enfrentado “problemas técnicos”, referindo uma interferência sonora que provocou uma ilusão fonética nas palavras, adiantou o “Notícias ao Minuto”.

Os irmãos Rosado afirmaram que a publicação de Joana Marques nas redes sociais teve “impacto altamente lesivo”. “É importante que as pessoas percebam, de uma vez por todas, que, com muita ou pouca visibilidade, no digital não podem escrever, dizer ou fazer tudo o que querem, nem magoar os outros. Isso é contra os nossos princípios, contra tudo aquilo que defendemos”, afirmou.

Os músicos, através da sua empresa, Angel Minds – Gestão e Promoção de Espetáculos Lda, exigiram uma indemnização de aproximadamente 1,2 milhões de euros, garantindo que tinham perdido contratos de concertos e patrocínios após a publicação do vídeo.

“É um processo que se encontra em tribunal, a sede apropriada para tratar destas situações. Lamentamos ter chegado a este ponto. É grave! Acredito que nos conhecem bem e sabem que não somos pessoas de vingança nem de discórdia. Contudo, foi algo que nos magoou muito, mexeu bastante connosco, assim como com a nossa equipa e as nossas famílias”, disse Nelson Rosado, um dos elementos, à “TV Mais”.

Antes de avançarem com o processo em junho, a dupla Anjos tentou obter um pedido de desculpas da humorista, mas sem sucesso, o que os levou a tomar essa decisão. “Fomos educados a respeitar o próximo. Somos pessoas de concórdia e não de discórdia. Não vivemos de escândalos nem queríamos que esta situação tivesse chegado a este ponto. Tentámos de tudo, tudo! Mas do outro lado encontrámos uma posição irredutível. Não tivemos outra alternativa“, conclui.

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