Mais do que um género musical, o hip-hop é mundialmente conhecido como um movimento cultural, com origens nas ruas do Bronx, em Nova Iorque. Criado como ferramenta de expressão para as comunidades marginalizadas, tornou-se, posteriormente, num meio de resistência, identidade e união.
Na sua base encontram-se cinco elementos fundamentais: o Rap, o Breakdance, o Graffiti e os conceitos que envolvem o “Knowledge” (conhecimento) e as atividades de DJ. Entre as manifestações artísticas existentes, o hip-hop influencia várias gerações, assumindo um papel de grande destaque. Nos próximos dias 7, 8 e 9 de março, os fãs desta cultura vão poder fazer parte do evento dedicado ao tema, que acontecerá no Barreiro.
Falamos da primeira edição do Festival Hip Hop NaZona, uma iniciativa no âmbito da Quinzena da Juventude que une os esforços de associações da cidade, como a Mola — Associação Cultural e Juvenil, a Ponto de Encontro, a Workaholic Barreiro e o Coletivo Batalha do Barreiro, e ainda a organização sem fins lucrativos, Dandara Cultural. Durante três dias, o evento vai reunir talentos locais e convidados especiais, que vão subir ao palco com “barras afinadas, beats pesados e flows que contam histórias reais”, viajando dos clássicos do hip-hop até à nova geração, em atuações que representarão “um tributo à luta, à resistência e à voz dos bairros”.
O “movimento” será uma verdadeira celebração dos cinco pilares do hip-hop e os responsáveis prometem “reviver o movimento underground e mostrar às pessoas uma perspetiva e uma realidade muito diferentes acerca da cultura do hip-hop”, como pode ler-se no Instagram.
Além dos concertos e DJ sets, estão programadas atividades interativas para o público. No “Jam na Lona”, por exemplo, qualquer pessoa poderá “pegar numa lata de spray e deixar a sua marca”, enquanto que as batalhas de graffiti, rimas e beatbox desafiarão os mais criativos. A dança também fará parte do festival, com as “performances repletas de energia e movimento” dos B-Boys.
De forma a “aprofundar mais a cultura”, o festival contará ainda com debates sobre o impacto do hip-hop na sociedade, as raízes e o futuro do movimento. Mas não é tudo. No local, estará disponível um mercado no qual poderá encontrar roupas e acessórios e fazer tatuagens, além de uma exposição de arte inspirada na estética e na essência do hip-hop.
O Hip Hop NaZona, destinado àqueles que “vivem e respiram a cultura do hip-hop”, terá lugar num armazém ao lado da Startup Barreiro, com horas ainda a definir. As regras do festival são simples: “respeito, atitude e autenticidade”. A entrada é gratuita.
Confira a programação completa abaixo.
7 de março
O primeiro dia do festival será marcado pelas atuações dos artistas Real Guns e Nicholas, para além da abertura do mercado com tatuagens, artesanato e moda. Do cartaz fazem também parte as atuações dos B-Boys, uma batalha de beatbox, a apresentação do set do DJ Cerqueira e nomes como Faro, Wasabi e Slime.
8 de março
No dia 8, os cabeças de cartaz do evento serão Kyra, Midas & Samuca e T55. A programação inclui uma exposição de arte, o Jam na Lona, as performances dos B-Boys, o debate acerca da cultura do hip-hop, a Batalha do Barreiro, que colocará frente a frente vários MCs, um sarau poético, um momento de live painting e DJ set de AFVNSO.
9 de março
O último dia do Hip-Hop NaZona contará com as atuações de DJ Algore, Vanessa Parish Crooks e Xina RBL. A exposição de arte continuará disponível, num dia em que poderá, ainda, assistir à batalha de graffiti, a um open mic e às apresentações de nomes como 3HSquad, A.D.N., Shoka Khan e Abelha Negra. O DJ Erryg e o Coletivo Batalha do Barreiro também prometem animar a festa.
