Quando celebrar 11 anos, em dezembro deste ano, Matilde Santana ainda se lembrará, com certeza, de uma das experiências mais marcantes de 2025 — a oportunidade de pisar o palco do “The Voice Kids” e cantar para os mentores Miguel Cristovinho, Nena, Diogo Piçarra e Cuca Roseta, nas Provas Cegas. No final, nenhuma das cadeiras virou, mas o momento foi inesquecível. “Fiquei triste e feliz ao mesmo tempo, porque tive a oportunidade de cantar com a Nena”, contou à NiB, sem esconder o orgulho que sentiu por ter partilhado o palco com a artista portuguesa, de quem já era fã.
A escolha da música teve tudo a ver com a admiração pela cantora. “Cantei uma música dela, a ‘Lembras-te de mim’, que já costumava cantar e, depois, ela cantou-a comigo. Estava um pouco nervosa, mas correu bem”. Apesar de não ter conseguido conquistar o painel de jurados, a jovem destaca “os abraços” que recebeu dos quatro, ao mesmo tempo que descreve a experiência como “muito gira”. “Fiz algumas amizades e vou regressar na próxima edição. Os jurados aconselharam-me a voltar”, acrescenta.
Quando questionada acerca do motivo que a levou a participar no programa, Matilde é clara: “Inscrevi-me porque gosto de cantar”. Nessa altura, ainda morava no Barreiro, onde tem muitos familiares. O momento em que soube que tinha sido selecionada para o casting incluiu algumas lágrimas à mistura. “Emocionei-me muito e chorei de felicidade”. Passada a primeira fase, foi tempo de subir ao grande palco — e a jovem nunca esteve sozinha. “Levei a minha amiga Alice, o pai, a mãe, a madrasta e a minha irmã mais nova.”
A paixão pela música é uma herança de família. Matilde começou a cantar ainda “muito pequenina”, influenciada pelo pai, Tiago Santana, vocalista e guitarrista de 41 anos. “O meu estilo preferido é a música pop e lembro-me que a primeira vez que cantei foi com o meu pai. Nessa altura, tinha medo do palco, mas agora já não tenho”, afirma. Sem saber por onde passará o futuro, a jovem deseja de ser cantora, apesar de, por enquanto, não pensar muito nisso.

Já Tiago, não tem dúvidas de que a filha nasceu com um talento natural. “Desde muito pequenina, praticamente bebé, percebi que ela tinha uma aptidão natural para cantar. É muito afinada e tem uma voz bem colocada e muito bonita”. O momento em que teve a certeza foi inesperado. “Ela sempre foi muito tímida, mas quando pega no microfone muda por completo. A primeira vez que percebi realmente que ela gostava de cantar e tinha jeito para a coisa foi através de um vídeo filmado pela irmã, na casa de banho. Estava a cantar uma música da Bárbara Bandeira com a Carminho, a ‘Onde Vais?’, e eu comecei a ouvir e pensei: ‘Há mesmo talento aqui”.
Com o incentivo do pai, Matilde chegou a ter aulas de canto, por volta dos seis anos. “Tive, mas já saí”, diz. A razão, explicou Tiago, prende-se com mudanças familiares. “Tivemos uma reestruturação familiar e fomos viver para a Costa de Caparica. Como as aulas eram em Azeitão, teve de deixar o sítio onde estava a ser acompanhada, porque tornou-se incomportável fazer as viagens. No entanto, a ideia é retomar as aulas.”
Com experiência na área, Tiago acredita que a paixão pela música deve fluir naturalmente. “Se for forçado, não corre bem”, assegura. Enquanto o sonho de ser cantora não se concretiza, Matilde vai-se entretendo, entre outras coisas, com outro dos seus passatempos preferidos. “Gosto muito de brincar”, revela.