O Dia dos Namorados pode já ter passado, mas tanto os comprometidos como os solteiros continuam viciados em “A Mais Bela do Mundo”, uma nova comédia romântica da Netflix que está a fazer sucesso a nível global. Em Portugal, ocupa a sexta posição do top — o que é surpreendente, visto que se trata de uma produção da Indonésia.
Realizado por Robert Ronny, mistura romance, humor e crítica social. A história acompanha Reuben (Reza Rahadian), um playboy milionário e herdeiro de um império mediático que cria um reality show para cumprir o último desejo do pai: casar-se com a mulher “mais bela do mundo”. Se este objetivo for alcançado, vai receber a herança multimilionária.
Na competição transmitida nacionalmente, várias mulheres disputam o título, mas a narrativa ganha uma maior profundidade graças a Kiara (Sheila Dara Aisha), a produtora do programa que inicialmente critica a superficialidade do formato, considerando-o misógino. À medida que o concurso avança, Reuben e Kiara desenvolvem, tal como todos estavam à espera, uma ligação inesperada. Ao longo das duas horas de duração do filme, tentam desafiar os estereótipos de género e a pressão social que existe em torno de um casamento de uma figura pública.
A longa-metragem faz uma crítica subtil aos reality shows de namoro e explora como essas produções objetificam, muitas vezes, as mulheres. Os críticos apontaram algumas falhas em “A Mais Bela do Mundo”, nomeadamente o ritmo lento no desenvolvimento do romance e uma reviravolta dramática que muitos consideraram exagerada. Por outro lado, a química entre os protagonistas e o humor nas interações prendeu os espectadores ao ecrã.
A fotografia é outro dos destaques da obra. Robert Ronny decidiu desde o início que iria explorar a “beleza das paisagens naturais da Indonésia”, contou ao site “Liputan6”. Nos bastidores, revelou o cineasta, o filme também enfrentou alguns desafios iniciais, tendo sido rejeitado por duas produtoras por ser considerado “difícil de executar”. “Foi graças à confiança da Netflix que consegui levar esta história até ao mundo”, comenta.
“Queria criar algo que não fosse apenas entretenimento, mas também fizesse as pessoas refletirem sobre os padrões de beleza e os reality shows. Estou orgulhoso do trabalho da equipa e do elenco”, comenta, desta vez, com o jornal “Antara News”.
Reza Rahadian acredita que as reações iniciais por parte dos produtores fazem sentido porque a comédia romântica é um género no qual a Indonésia “não aposta tanto quanto devia”, contou ao mesmo meio. “Já esperava há muito tempo poder fazer um filme assim para voltar a colorir o cinema indonésio. O que me atraiu foi mesmo o género e a forma como o filme apresenta uma narrativa única, com valor e profundidade em cada cena e na jornada nas personagens.”
Depois de ter estreado a 14 de fevereiro, tornou-se logo num sucesso na Indonésia e no mundo inteiro. Para Sheila Dara Aisha, os créditos têm de ir para a química com Reza. “Foi algo que surgiu naturalmente e acredito que isso se refletiu no ecrã. Além disso, tem uma mensagem importante sobre amor e autenticidade.”
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