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Rita transforma cabos de colheres antigas em acessórios que contam histórias

A jovem começou com um serviço que herdou da avó. Agora, percorre feiras de velharias à procura de talheres únicos.
Percorre várias feiras.

Um dia, Rita Duarte deu por si a olhar para um serviço de mesa que a avó lhe deixou. A jovem não queria que aquelas antiguidades, “que muitas vezes não têm utilidade na vida rápida que os jovens levam”, caíssem no esquecimento. Foi quando percebeu que, com um pouco de criatividade, podiam andar sempre consigo.

“No final do verão passado, perdi muitos anéis e pensei que se calhar a solução passava por começar a criar os meus”, conta à NiT, recordando um vídeo que viu de uma rapariga a fazer acessórios a partir de talheres. “Sempre adorei bijuteria, sobretudo com detalhes únicos, mas é o que mais perco.

Entre “o planeado e o acaso”, a jovem de 28 anos ocupou a oficina do pai, nas Caldas da Rainha, para dar início a um novo projeto. Através do Riel, a criativa transforma cabos de colher antigos, que encontra em feiras de velharia ou lojas vintage, em peças de bijuteria únicas e feitas à medida.

“No início, foi complicado. O processo inclui saber tirar as medidas, fazer o corte e moldar as peças”, acrescenta. “A parte mais complicada foi a da moldagem, porque é difícil fazer uma circunferência perfeita, mas após muita pesquisa, consegui encontrar uma máquina que ajudava a conseguir o formato redondo.”

Rita começou pelos anéis, mas o projeto expandiu-se rapidamente para outro tipo de peças, como brincos e pendentes. “Quando vejo que uma colher tem um detalhe particularmente bonito, tento guardar e criar duas peças a combinar.”

O ponto de partida, e talvez uma das etapas-chave, é a seleção da matéria-prima. Rita percorre inúmeros mercados, feiras e até recorre à Vinted para encontrar colheres que tenham algum detalhe ou pormenor que a entusiasme. Uma coleção foi feita a partir de talheres que encontrou em viagens ao Chipre, à Suíça ou ao Sri Lanka, por exemplo.

“Se estivermos atentos, hoje em dia, os talheres que compramos em supermercados ou em lojas específicas de decoração são todos muito simples e pouco trabalhados”, observa. “Quero dar uma segunda vida aqueles que são cada vez menos comuns, mas que contam uma história.”

Além disso, também aceita doações de clientes que têm colheres que já não usam. “As pessoas podem trazer uma peça que foi deixada por alguém importante na sua vida, e que pode ter falecido, e a minha missão é fazer dessa herança algo único que pode usar e levar consigo.”

“Como é um mercado que ainda não existe em Portugal, o feedback tem sido muito positivo”, continua. Além disso, como todos os modelos são feitos à medida, colmata as necessidades de muitas pessoas “que, muitas vezes, não encontram opções para o seu tamanho.”

 
 
 
 
 
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Embora viva em Lisboa, Rita continua a fazer todas as propostas na oficina do pai, na zona Oeste do País. Como só consegue dedicar-se à confeção cerca duas vezes por mês, quando visita a família, um dos seus objetivos é expandir o atelier para Lisboa para produzir um maior número de joias.

Outro dos objetivos é continuar a alargar a oferta a outro tipo de bijuteria, sendo que já tem as pulseiras em vista. “Quero continuar a contar a história por trás de cada peça e, talvez, em vez de utilizar só talheres, explorar e reinventar outros materiais menos convencionais.”

Por enquanto, pode fazer os pedidos através da página de Instagram da Riel. Os preços variam entre os 4€ e os 10€.

Carregue na galeria para ver alguns dos acessórios criados por Rita, bem como alguns dos talheres que podem tornar-se em anéis. 

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