No início de 2025, a Tupperware Portugal parou de vender produtos e dispensou cerca de 200 trabalhadores da fábrica situada em Montalvo. O cenário parecia negro para os fãs da marca, mas em março chegou uma boa notícia: o regresso ao mercado está confirmado.
João Ribeiro, antigo gerente da insígnia em Portugal, e Cátia Almeida, consultora, juntaram-se e criaram a Wise Tupp, empresa que promete trazer de volta os famosos recipientes. Segundo revelam ao “Expresso”, irão importar produtos de mercados internacionais para depois os vender no País.
Neste momento, a nova empresa já está à procura de distribuidores independentes, mantendo o mesmo modelo de vendas diretas a que os clientes estavam habituados. Uma das consultoras contactadas pelo jornal diz que, por agora, “é tudo muito embrionário”.
“Este processo ainda está um bocadinho atrasado, precisamente porque eles (os novos responsáveis pela marca) estão à espera de algumas burocracias que advenham da possibilidade da comercialização dos produtos na Europa”, acrescenta.
A nível internacional, a situação da Tupperware tornou-se crítica em 2023, quando a marca norte-americana alertou para a possibilidade de falência caso não surgissem novos investidores. A subida nos preços das matérias-primas, os salários elevados e os custos de transporte afetaram as margens de lucro e colocaram em causa a viabilidade do negócio.
A falência foi formalizada em setembro de 2024, com uma dívida superior a 630 milhões de euros. A declaração foi planeada ao longo de várias semanas e resultou de intensas negociações com os credores.
Em Portugal, os sinais de declínio já se notavam. Em 2022, a fábrica de Constância, que funcionava há mais de 40 anos, avançou com sucessivos despedimentos. A situação não era muito diferente noutros países.
“Ao longo dos últimos anos, a posição financeira da empresa foi severamente impactada pelo desafiante ambiente macroeconómico”, afirmou Laurie Goldman, diretora-geral da Tupperware.
