LET'S ROCKFoi no início do ano que a febre tomou conta do País. Nos últimos meses, os portugueses têm-se dividido entre dois tipos de espaços que continuam a fazer sucesso. De um lado, as lojas low cost onde encontram roupa a preços acessíveis. Do outro, os espaços que vendem encomendas perdidas ou esquecidas.
Agora, os dois conceitos juntam-se num só. A BigOutlet será inaugurada a 1 de novembro, na Rua Duque de Loulé, perto do Marquês de Pombal, em Lisboa. No novo espaço, encontram-se marcas como a Shein, com peças a partir de 3,99€, e pacotes com produtos de plataformas como a Amazon.
A ideia partiu de Inês Pereira, de 28 anos, que está no mundo da moda há mais de 15. “No fim de abril, senti que o negócio estava um pouco estagnado, porque toda a gente queria ter a própria marca e vender roupa. Havia muito concorrência e já não se tratava só defender”, conta à NiT.
Licenciada em marketing, começou a pensar numa forma de se diferenciar. Percebeu que a resposta estava nos preços, mas assume que “é difícil porque são as grandes empresas, que compram em grandes quantidades” e que conseguem chegar a valores muito baixos.
Depois de meses de procura, conseguiu fechar contrato com uma fábrica que lhe fornece os excedentes de várias marcas conhecidas. “Consigo preços inacreditáveis porque, na loja, pratico preços de revenda. É o preço que há nos próprios armazéns”, revela.
Assim nasceu a ideia para a primeira parte da BigOutlet, que recebe todas as semanas novas peças de roupa de mulher. Não há uma coleção fixa, mas há variedade, de casacos a vestidos, passando por malhas e tamanhos até ao 2XL.
Foi também nessa altura que decidiu apostar nas encomendas perdidas. “Começámos a sentir o hype ainda antes de ter chegado a Portugal”, explica. Já explorava esse mercado com a UAAU Box, onde vendia pacotes não reclamados ou devolvidos.
Com o tempo, percebeu que muitos estavam danificados. “Começámos a trabalhar diretamente com a Amazon e só temos encomendas de lá, coisas que não chegam ao destino ou são overstock. Podem ser peças de coleções passadas ou que sobraram.”
O processo não exige grande explicação. Os clientes escolhem uma caixa sem saber o que contém. É esse o apelo. Vale tudo: mexer, apalpar, abanar. Cada quilo custa 24,99€.
@bigoutlet.com Reposição da boa! 🫣 #encomendas
A loja está dividida em dois andares. No piso de baixo, há uma área com produtos de maior dimensão e oportunidades únicas, que mudam semanalmente. São artigos, por vezes abertos, com propostas “diferentes e que, muitas vezes, os clientes nem sabiam que lhes faziam falta”, diz Inês.
Sobre a localização, revela que sempre tiveram a ambição de abrir em Lisboa. “Quando surgiu esta oportunidade de ter preços de revenda, sabíamos que podia rebentar na capital. Apareceu um colega nosso, que tem uma imobiliária, e fomos logo a correr.”
Com cerca de 200 metros quadrados, o espaço divide-se sempre em duas zonas e segue um estilo minimalista, alinhado com o tipo de roupa que vende. No centro, há uma área reservada à perfumaria árabe, um fenómeno em crescimento, mas a aposta será temporária. Em dezembro, poderá surgir outra novidade.
“Queremos apostar em tudo o que seja tendência, sempre trabalhámos assim. Quando foi a moda dos Labubu, ficámos carregados com toda a gama”, explica. “Tudo o que andarem a ver online vão ter sempre aqui na loja. É uma loja de oportunidades.”
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