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Neste spot no Barreiro pode viajar até Cabo Verde ao sabor de uma cachupa

O restaurante, inaugurado em 2018, pertence a Estevão e Filomena. A NiB falou com o proprietário, que revelou uma novidade.
Um prato típico.

As experiências gastronómicas são uma das melhores formas de viajar pelo mundo sem sair do mesmo lugar. Em 1985, Estevão Gomes, de 65 anos, entrou mesmo num avião, em Cabo Verde, com destino a Portugal e, apesar de ter aterrado em Lisboa, acabou por fazer do Barreiro a sua casa. Na cidade com vista para o Tejo, conheceu Filomena, com quem acabou por se casar. 

Apesar de o seu percurso incluir uma passagem pelo antigo restaurante Frei Papinhas, “frequentado pela elite lisboeta”, onde desempenhou os cargos de ajudante de cozinha e cozinheiro, o passado de Estevão, na terra natal, não fazia prever que o caminho passaria pela área da restauração. “Saí de Cabo Verde aos 24 anos. Na altura, trabalhava como professor do ensino primário, inspirado por um amigo dos meus pais, que me deu aulas. Posso dizer que é uma das minhas paixões”, conta à NiB.

Entre a lista de hobbies favoritos, esteve sempre a cozinha e, também por esse motivo, Estevão acabou por abrir o restaurante Cachupa Brr, em 2018, no Barreiro. “Regressámos ao País nesse ano, depois de termos estado a trabalhar em Inglaterra e Itália. O objetivo era estarmos mais próximos da família, quer de Cabo Verde, como de Portugal. A ideia de abrir um restaurante surgiu por acaso, enquanto pensavam no que fazer a seguir”.

Inicialmente, o espaço manteve o nome anterior, “Londrina”, e funcionava como hamburgueria, respeitando as “influências europeias” de Estevão e Filomena. No entanto, tudo mudou inesperadamente. “Um dia recebemos um convidado, porque não gostamos de utilizar a palavra ‘cliente’, que sugeriu que explorássemos algo diferente. Disse-me, de forma frontal, que o bacalhau se come no Minho, no centro e no sul e que não devíamos apostar num conceito repetitivo”, conta.

Estevão aceitou a sugestão e o conceito do restaurante mudou um pouco, passando a apostar na gastronomia cabo-verdiana, mais especificamente, na cachupa e noutras “inovações, sempre guiadas pelos convidados”. Desde então, o restaurante tem vindo a evoluir e a adaptar-se ao gosto dos clientes. “O conceito ficou mais refinado, passámos a estimar e a escutar mais o convidado. Não se trata do que eu quero ou gosto, mas sim daquilo que os convidados apreciam”, reforça.

Estevão e Filomena.

Com 60 lugares sentados na sala e uma esplanada com capacidade para 20 pessoas, o Cachupa Brr é um espaço ideal para famílias e grupos que queiram passar um bom bocado e experimentar os temperos dos chefs da casa. Por isso mesmo, o restaurante está disponível para receber eventos, mediante marcação.

No menu, para além da cachupa (7,50€), feita na hora, destacam-se pratos como o pernil de porco (12,50€) e o ossobuco ou o caril de gambas (12,50€), que é, curiosamente, o prato mais vendido da casa. Em termos de novidades, estão a preparar um novo prato: camarão exótico com um molho inspirado no bacalhau. “Vamos introduzir o camarão e fazer com que sobressaia. Os acompanhamentos ficam ao critério dos convidados, vamos deixá-los ser ousados e sentirem-se em casa”.

No que toca às sobremesas, uma delas surgiu a partir do pedido de um grupo de clientes: mousse de camoca, um ingrediente que deriva do milho. “Eram cabo-verdianos e, na primeira vez que cá vieram, prometeram que voltariam com os pais. E assim foi. Vieram, ofereceram flores às mães e garrafas de vinho aos pais e ao restaurante, dançaram, foi um espetáculo. Para comer, pediram-nos que preparássemos cachupa, caldo de peixe e mousse de camoca para sobremesa. Não conhecíamos, mas fomos investigar e, desde então, o doce passou a fazer parte da carta”.

Outro destaque da casa é o grogue, bebida típica de Cabo Verde, que “servem em cálice, por 2,50€ ou em shots de 1€”. Além disso, Estevão faz questão de realçar que o espaço é “um restaurante/galeria, que serve como um local de convívio, não só para fazer refeições, como também para beber um vinho, acompanhado por um petisco”.

Seguindo exatamente essa vertente, a música ao vivo também é presença habitual no Cachupa Brr, que tem guitarras penduradas nas paredes. “Permitimos que o convidado chegue ao restaurante, agarre numa guitarra e comece a tocar. É para isso que elas cá estão”, conclui.

Carregue na galeria e veja algumas imagens do restaurante e dos pratos servidos.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Almirante Reis, 22 B
    2830-326 Barreiro
  • HORÁRIO
  • Todos os dias, das 11h às 23h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Cabo-verdiana

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