Quatro dias. Foi o tempo que bastou para a missão de Mário Rolando começar a transformar o Barreiro. A visão do mestre padeiro de erguer na cidade um bastião do pão português deixou de ser uma promessa para se tornar palpável. O pão tradicional português da Mafraria está a esgotar.
A prova está num aviso publicado nas redes sociais da padaria. “A procura pelo nosso Pão Tradicional Português aumentou imenso. Muitas vezes esgota. Aceite uma sugestão. Faça a sua reserva, para nunca ficar sem este pão único”, sugere a Mafraria.
Por trás da sugestão de reserva, que é um acto logístico, está a confirmação de uma tese. “Cada pão que fazemos conta uma história e é essa que queremos que o barreirense sinta. Não se trata apenas de vender pão, é mostrar que o que é nosso tem valor”, confidencia Mário Rolando com o entusiasmo que o caracteriza.
O sucesso imediato do seu “pão de Mafra, como a casa” valida a sua recusa em seguir modas. “Não quero focaccias, nem chiabatas, nem baguetes. O nosso pão é o pão português, feito à nossa maneira, com massa mãe e muita hidratação, que mantém a textura aberta e macia durante dias. É este pão que queremos que conquiste corações”, explicou-nos há dias.
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O ritual meticuloso de levar o pão para casa e testá-lo ao longo de dias, transformou-se numa garantia de qualidade que a comunidade reconhece e recompensa. Quem passa pela Mafraria vê agora filas mais longas e sorrisos de quem prova o pão da casa, um sinal de que a cidade está a responder ao chamado.
“O barreirense vai pôr o português a gostar do seu próprio pão”, tinha profetizado Mário. O aviso para reservar o pão é a materialização desse orgulho. “Este pão não é apenas alimento, é identidade portuguesa. Cada fatia conta a nossa história e prova que o que é nosso tem valor”, acrescenta.
O Barreiro ainda se está a adaptar ao seu novo papel de capital do pão português, mas a resposta não deixa margem para dúvidas. O pão está “esgotado”.

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