O déjà-vu acontece sempre que Simone Dias recebe um novo cliente e ouve a sua história sobre a luta contra a queda de cabelo. “Todos têm exatamente o mesmo relato”, começa por explicar à NiT. “Dizem que tentaram fazer um transplante porque viram resultados na Internet, mas não teve o sucesso que desejaram.”
Socialmente, o cabelo é um dos atributos físicos mais importantes para os homens, muitas vezes associado à virilidade e juventude. Porém, segundo estudos e especialistas da área, existem cada vez mais homens a sofrer de calvície — cujo nome técnico é alopecia androgenética —, e em mais de 90 por cento dos casos, é uma condição hereditária.
“A queda de cabelo e outras patologias associadas acabam por acontecer mais no sexo masculino”, segundo o diretor clínico das clínicas Insparya (especialistas em saúde dos cabelos), Carlos Portina. “Aos 30 anos, estas condições afetam cerca de 30 por cento de homens.”
Entre promessas de uma cabeleira farta e receios sobre efeitos secundários, há muito que já se fala em transplantes, tratamentos com injetáveis e até em medicamentos, mas não são estas as únicas opções contra a calvície. As técnicas definitivas, mais especificamente a micropigmentação — uma espécie de tatuagem do couro cabeludo —, garantem soluções a longo prazo.
“É um mercado que está em expansão por ser um procedimento que traz resultados rápidos e visíveis”, explica à NiT Simone, que trabalha com a técnica desde 2018, num espaço homónimo na Avenida João XXI, em Lisboa. “Tem sido uma escolha por ser mais em conta do que a maioria dos tratamentos disponíveis.”
Primeiro, é importante entender que existem dois tipos de serviços: a maquilhagem definitiva e a micropigmentação. A primeira é, geralmente, feita por tatuadores e consiste em inserir pigmentos mais complexos e em maior profundidade na pele com material de tatuagem. Já a segunda é uma técnica mais recente com pigmentos específicos para este tipo de trabalho, inseridos na superfície da pele por especialistas.
Outra das razões da popularidade deste serviço é que não se dedica apenas a homens com calvície avançada, mas chega a muitos outros problemas. Desde mulheres com rarefação capilar a homens que já fizeram transplantes, passando por pessoas com cicatrizes de cirurgias, devolve a autoestima a pessoas com diversas condições.

Um resultado mais natural
Dentro deste segmento, Simone é a criadora de uma metodologia que chamou de Scalp SD, fruto de vários anos de experiência na área. “Queria oferecer a quem me procura um resultado natural e com um efeito menos marcado ou tatuado, como vemos em muitos casos.”
Um dos detalhes diferenciadores do processo é que a técnica não trabalha em profundidade no couro cabeludo, que é diferente de uma sobrancelha ou de um lábio. “O que acontece é que ficava com aquele tom esverdeado ou azulado que queremos evitar.”
Outra parte importante do seu portfólio é o trabalho com pontilhismo, através de microfios que contribuem para esse realismo. “Não faço apenas pontos na cabeça, mas tento criar a impressão, através destes fios feitos com base no pigmento, de que o homem tem algum cabelo na cabeça.”
Para evitar que o resultado saia após alguns meses, devido à renovação da pele, o pigmento fica alojado no início da derme. Simone revela que, em média, o procedimento tem uma duração entre três a seis anos, podendo variar consoante fatores como a oleosidade da pele.
O acompanhamento é dividido em três sessões, que são feitas em períodos de 10 dias. “É por isso que digo que, em 20 dias, livro o cliente da calvície”, continua Simone, que destaca a importância da primeira consulta. “É a partir dela que vamos definir que agulha utilizar ou a tonalidade do pigmento. Cada pele reage de forma diferente.”
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Quando à dor, afirma, “é muito relativa”. “A maioria dos meus clientes adormecem na marquise enquanto trabalho. Não uso pomadas anestésicas, mas é raro ter alguém a reclamar da dor. No máximo sentem algum desconforto mínimo.”
“A micropigmentação tem sido uma escolha porque, quando chegam, a maioria dos clientes já passou por clínicas e até já gastou entre quatro a cinco mil euros em transplantes”, continua. O que acontece? “Muitas vezes, não têm noção de que, perante níveis de calvície muito avançados (como o nível cinco, de um total de sete graus), é muito difícil ter o resultado desejado.”
No caso masculino, como a zona lateral (onde ainda existe cabelo) tem a mesma área da área recetora, geralmente a coroa da cabeça, “nenhuma empresa vai tirar o cabelo todo do lado para colocar em cima. “Então passam por tratamentos caríssimos, contínuos e até dolorosos, mas sem sucesso.”
O mesmo acontece com mulheres. “Já recebi umas cinco que tentaram não só transplantes, mas outros tratamentos como mesoterapia [aplicação de medicamentos sob a pele] ou até injetáveis”, diz. “Se param de o fazer, o cabelo volta a cair e ficam presos neste ciclo.”
Uma das grandes vantagens, porém, está mesmo no valor “mais em conta” comparado com outros processos. A média de valores Simone Dias, por exemplo, é de 1.200€.
E consequências?
Apesar de possíveis receios, a profissional assegura que, desde que sejam utilizados os materiais corretos, não há motivo para preocupação. “A técnica é o mais importante, então é fundamental a escolha de um bom profissional.”
No caso das calvícies avançadas, é pedido apenas aos clientes para lavarem com um champô o mais neutro possível, evitando óleos ou produtos anticaspa “Porque podem aclarar o pigmento” mais rapidamente. Além disso, pede para manterem o cabelo rapado com pente zero para evitar um relevo “que não é agradável.”
O mais importante, no pós-processo, é mesmo evitar o uso do protetor solar perante a exposição excessiva ao sol. “Os cuidados são mínimos porque é um procedimento que pretende que o cliente saia e faça a sua vida normalmente, sem preocupações adicionais”, conclui Simone.
Pode saber mais sobre os serviços de Simone Dias através do site. As marcações são feitas online.
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